sexta-feira, maio 26, 2006

Os rádios do Uruguai


Faz pouco tempo eu freqüentava com os amigos um restaurante em Pelotas que se chama “El Paysano” que foi de propriedade da família de um uruguaio, amigo e colega de Universidade, Juan Berassain – abrasileirado Beraça.

Beraça decorou o restaurante, um local pequeno, estreito, com algumas dezenas de rádios antigos, que ele catou, suponho, por todos lugares onde passava. A decoração ainda era composta de quadros de paisagens uruguaias, retratos de cantores de tango e de um retrato de um tocador exímio de bandoneón, pai do amigo Gonzalão, outro uruguaio e colega. Mas, não menos importante, a parrillada era de primeiríssima qualidade, não porque o Beraça possuía mestrado em Engenharia de Alimentos, mas porque era uruguaio e gordinho. E os gordinhos sabem o valor dos alimentos...

Talvez cansado da vida de professor universitário e de dono de restaurante aos fins de semana, ele resolveu vender o estabelecimento. Um dia entrei lá novamente, depois da venda, porque soube que o assador ainda era o mesmo e a decoração não havia sido alterada. Foi imediata a sensação de que o ambiente estava frio e vazio. Percebi que o Beraça havia esquecido de vender a alma (não sua esposa que assim se chama: Alma) ao novo dono. Nunca mais fui lá.

Fico curioso em saber se o Vitor Ramil, cantor e compositor pelotense, fã incondicional do “El Paysano”, ainda vai lá.

Mas nunca deixei de pensar sobre a decoração. Seria obsessão do Beraça? Teria isso alguma explicação freudiana? Colecionar rádios daquele jeito... sei não... Junto a isso o fato que Beraça e Alma costumam ir de carro até o topo da ponte arqueada que une as cidades de Rio Grande e Pelotas, para sintonizar a Rádio Universidade – diz ele que para ouvir o “Metamorfose”, programa de rock que mantenho com mais três amigos aos domingos – há 19 anos. Tudo isso me falava do apreço deles pelas emissões radiofônicas.

Dia desses resolvi passar, com a patroa, uma noite em Jaguarão, cidade fronteiriça de Rio Branco, Uruguai. À noite fomos jantar numa parrillada em Rio Branco (ver Dicas do Taba, nos links). Chamou-me a atenção a decoração carregada de utensílios, que dão um ar caseiro ao lugar. Mas, no centro de tudo havia um rádio ligado, desses grandes, de tomada. Não uma televisão, como no Brasil – um aparelho de rádio. O rádio permite que as pessoas se distraiam, se estão sozinhas, ou ouçam música sem que isso interfira na conversa das mesas mais animadas. Não havia ninguém com ar de abobado e pescoço para cima, ao lado da esposa ou namorada, hipnotizado pelo rádio, como costumo encontrar em restaurantes que me dão o desprazer de manter TVs ligadas.

Na saída do restaurante resolvemos passear pela pequena Rio Branco, cidade que vive praticamente do turismo de compras nos free-shops. Percebemos que havia movimento de gente nos restaurantes, carros na rua, gente passeando, como eu lembro do Brasil nos anos 50s ou 60s. Lembramos, então, da pequena Taquarembó, no interior do Uruguai, que visitamos uma ocasião. Ali havia uma circulação extraordinária de motonetas, dando voltas e voltas em poucas quadras, havia restaurantes movimentados e gente passeando nas ruas. Lembrei que as ruas de Taquarembó, por isso, davam uma grande sensação de segurança e de sociabilidade, como as de Rio Branco. Lembrei que a rede de televisão uruguaia é um lixo perto da nossa hollywoodiana Rede Globo. Percebi que o modo de vida uruguaio, parado nos anos do rádio, permite uma qualidade de vida que já não temos.

Às vezes, por pura paranóia, penso que há uma deliberada ênfase em más notícias sobre violência no nosso País, de modo que fique bem claro que é um perigo sair para as ruas, de modo que as pessoas queiram permanecer em suas casas, de modo que tudo o que nos reste seja assistir televisão, de modo que possamos saber quais os novos produtos do mercado consumidor e de modo que só saiamos para as compras (de dia, fora do horário nobre...).

Um dia também já fomos ingênuos, dando voltas nas praças e ouvindo a rádio do poste, um dia também já fomos mais sociáveis e solidários. Um dia também já andamos despreocupados pelas ruas cheias de gente.

Lembrei-me de como já fomos felizes no Brasil.

Liberei-me da idéia de sugerir um psiquiatra ao amigo Beraça. Quem está precisando, somos nós...

18 comentários:

. disse...

Opa! Finalmente consegui fazer uma visitinha, mesmo que bem rápida.

Um dia ainda consigo um tempinho pra ler os textos passados :c) Ou memso pra postar um comentário crítico.

Grande abraço! :cD

Anônimo disse...

Dindo, que gostoso foi ler este teu texto, fui lembrando de cada vez que estive por lá e constatei coisas parecidas. O Uruguai é mesmo muito singular.
Um beijo!

Anônimo disse...

Interessantíssima a maneira como vc trata a diferença no tipo de comportamento entre quem ouve rádio ou assiste tv em um restaurante. mais interessante ainda é sair à rua e cumprimentar as pessoas ao invés de ficar em casa, trancado, assistindo notícias aterrorizantes ou a "novela da globo". Achei muito legal...

Anônimo disse...

Sabe de uma coisa? Teve época em que adorava uma TV mas hj em dia é raro o programa que me atrai...
Ainda assim uma boa lembrançca é a dos finais de semana em que tínhamos as corridas com o Senna. Eu me motivava bastante pra ver as corridas mas depois que ele se foi pior ainda...
Odeio novelas... e notícias do modo como são selecionadas e apresentadas? Vamos combinar que hj só tem lixo!!!
Beijos e vou ficar esperando tu cumprir a promessa de reservar um tempinho pra mim!

Anônimo disse...

Tabajara, meu "potencial" grande amigo

Antes de tudo o meu agradecimento pelo atenciosa mensagem que me enviaste. Também tenho vocês - tu e a "patroa" Cleusa - na conta de grandes amigos potenciais. Talvez por estas correrias da vida, não tenhamos tido tempo de aprofundar esta potencialidade, oportunidade que em parte o teu blog vem ajudar a suprir.

Falando em oportunidade, aproveito a carona do agradecimento aí de cima para te deixar também um testemunho sobre essa "mania" uruguaia do pessoal sair à rua.

Há mais ou menos uns 25 anos atrás, fui passar o fim de semana em Dom Pedrito com a finalidade de comemorar o aniversário de 15 anos de uma prima. Como a festa era no domingo e no sábado já estavam reunidos por lá uns 6 ou 7 primos, todos da mesma faixa etária, resolvemos aceitar o convite do pessoal da casa para o programa do final de tarde local: tomar mate na praça central da cidade.

Era algo que chamava a atenção: muita gente circulando ao redor da praça, outros sentados nos capôs dos carros ou nas caçambas abertas de caminhonetes, quase todos tomando chimarrão. Era um espaço de encontro especialmente para o pessoal jovem, mas que não excluía os nem tão jovens assim.

Ouvi dizer que Bagé também tinha algo parecido, só que se dava em torno da Sete (Avenida principal da cidade). E assim como estas cidades, creio que muitas outras, à semelhança do Uruguai de hoje, tenham tido lá as suas maneiras gratuitas de facilitar esse encontro das pessoas que nelas convivem. O que não sei dizer é se ainda hoje são mantidos esses hábitos. Arrisco dizer que não, mesmo não querendo ser demasiado pessimista.

Ocorre que a ênfase de nossa sociedade, hoje como nunca, está centrada na esfera individual, onde o outro passa a ser levado cada vez menos em conta. Esse individualismo exacerbado, incentivado em todos os cantos da nossa sociedade liberal e pós-moderna, é responsável direto, para mim, pelo desinteresse das pessoas em conhecer o outro, e, por conseguinte, na decadência de espaços públicos que tinham nesse encontro a sua principal finalidade. Acabaram sendo trocados por outros, muito menos públicos quando não francamente privados e "seletivos". Com a aceleração deste processo passamos a não conhecer mais nem mesmo o nosso vizinho, às vezes nem mesmo os que habitam conosco ...

Por isso estou de pleno acordo contigo quando dizes que esse hábito trazia qualidade de vida. Conhecer o outro é o caminho para, primeiramente, perder o medo ancestral que temos do desconhecido, e, a seguir, passar a querer-lhe bem, apesar de tudo, das suas características que me incomodam ou das nossas prováveis divergências de opinião sobre os mais diversos assuntos.

Talvez seja por isso, essa falta de mínima tolerância com aquele que nos é distinto, que os xenofobismos estejam ganhando espaço nos dias de hoje, até mesmo em comunidades que se dizem modernas como, por exemplo, a Européia. E, no entanto, é exatamente essa diferença que faz ser tão emocionante viver! Imaginem um mundo cheio só de clones nossos! Não sei quanto à vocês mas eu acharia um mundo assim tremendamente chato. E olha que não estou atravessando nenhuma crise de auto-estima, não. É que sei bem que o que pouco que sou hoje devo à generosidade da grande maioria das pessoas que conheci, foi a minha relação com elas que me foi moldando, que me fez crescer e desenvolver potencialidades que até então eu desconhecia. E isso graças ao fato delas serem diferentes de mim! Se fossem iguais o que poderiam acrescentar? Apenas mutuamente reforçaríamos o gosto comum, a opinião igual, sem jamais romper o círculo fechado que giraria em torno do nosso próprio umbigo, sem ter a chance de conhecer coisas novas, ver as coisas por ângulos diferentes e ampliar horizontes.

Para encerrar, Tabajara, gostaria de te deixar um pequeno pensamento que vem bem ao encontro do que escreveste, dito pelo Arcebispo Desmond Tutu, Prêmio Nobel da Paz de 1984 por sua luta contra o aparthid na África do Sul:

Você não pode ser humano no isolamento. A solidão do ser humano é uma contradição em termos. Você é humano precisamente graças a seu relacionamento; você é um ser que se relaciona com outros ou você não é nada. Eu sou porque você é.


Um abração (extensivo à "Patroa")

Eduardo (Duda) Carvalho Pereira

Karen Lose disse...

Tabá...lendo teu texto voltei ao meu passado e lembrei-me dos tempos de verão em que praticamente todos os vizinhos da quadra de casa colocavam suas cadeiras na calçada a noite para tomar uma "fresca", tomar chimarrão e falar da vida alheia, da inflação (que na minha infância era o terror do momento!), do Sarney e por aí vai!!! Era realmente muito gostoso...hoje em dia isso não acontece mais, o que é uma pena. Sinto muita falta do contato amistoso aqui nesta cidade que agora vivo...
Mas acho que Rio Grande ainda guarda um pouco dessa coisa de ficar dando voltinhas de carro, moto ou afins, em poucas quadras...o canalete que o diga!! E a avenida Rio Grande, no Cassino também guarda um pouco desse clima!
Não tem nem graça, pois sempre digo a mesma coisa, mas, adorei teu texto...parece que estamos conversando!
Um enorme beijo e um monstruoso abraço!!!

Anônimo disse...

Finalmente, vou escrever para " dizer " MERCI et BRAVO. Desde o inicio, leio teus textos e gosto, mas não respondo.Mas dessa vez, foi demais.Quando morava em Rio Grande, fui varias vezes na Parrillada dos " radios " e sempre gostei demais. E, evidentemente, tenho, tambem, horror de TV em bar e restaurante. A unica excepção é para a Copa do mes que vem, e ai sim, vou assistir os jogos num Bar com os amigos, junto com a Clélia e torcer para o Brasil. Muito melhor que ver os jogos, sozinhos, em casa. Esse ano, vou ter um problema, porque excepcionalmente, o time da Suiça tambem vai estar na Copa e no dia da final Brasil x Suiça vou ter que torcer um tempo para cada um. ( ah, ah, ah )
Encore un GRAND BRAVO, beijos para Cleusa de um outro gordinho que sabe o valor dos Alimentos. Jean-Jacques

Anônimo disse...

grande taba: comungo inteiramente com os teus comentários. O Uruguai (não sei porque) nos faz refletir sobre o nosso modo de vida.
Que bom ler um comentário do Jean-Jacques (ele não lembra de mim). Muitas vezes é preferivel ir ao país vizinho (com um radinho) do que ir ao psiquiatra.
Aderbal

Anônimo disse...

Querido!!Esta será a minha segunda participação em um blog. Estou atrasada?? depassada?? COm certeza sim, mas sá não muda ou experimenta novas coisas quem já não se encontra mais conosco. Minha primeira participação foi no blog da Grazi, aliás via blogdoTaba. Engraçado mas eu também experimentei a mesma sensação indo no restaurante depois da troca de dono. Na verdade nunca mais fui. A respeito do rádio, sou uma fã inveterada do "radio que fala" e não do "radio que canta". FM, só para o metamorfose e me torturar ouvindo o Oto não deixar seus convidados falarem. Nos outros horários AM, pode ser até a Rio Grandina, Nativa, Gaúcha, Gauíba, CBN não interessa, até comentário de futebol e o próprio jogo eu adoro no rádio. Minhas lembranças mais remotas ainda em Pelotas, acordando cedo para ir ao colégio e mais tarde para vir estudar em Rio Grande estão acompanhadas do rádio, cedo para ouvir as notícias. Um episódio engraçado ligado ao rádio está na morte do Papa João Paulo I. Acordando cedo tive o privilégio de saber que o mesmo havia falecido e corri avisar minha mão Maria Alice da triste notícia. esta ainda sonolenta me respondeu, acredito eu sem antes pensar na alienação dos jovens: Ana Luiza, o papa morreu e tem até outro no lugar dele!!! Foi aí que eu respondi vitoriosa: pois foi este que acaba de falecer!!
Até hoje, programa meu rádio relógio uma hora antes de sair da cama só pelo prazer de ficar escutando as primeiras notícias da manhã.
também estive no Uruguai no fimdo ano, no interior, r egião de Minas e pude aproveitar desta vida na volta da praça, com as crianças brincando, andando de bicicleta, os velhos e os menos velhos tomando mate ou simplesmente conversando, as pessoas convivendo umas com as outras, sem as interferências externas que nos descaracterizam e que nos privam das companhias. Acho que como a Karen, que é infinitamente mais jovem do que eu (não usei o moça para não revelar a minha idade) e que foi minha aluna, que eu também tenho saudades do tempo que brincava na calçada e que esta era a grande diverssão da turma. Pena que as minhas filhas não souberam o que é brincar "da calçada é minha não é do perú"!!!
Beijos e bom fim de semana!!!

Anônimo disse...

O Uruguai em especial (pois lá houve umas vezes uns verões... e há amig@s) mas também outros países sul-americanos inspiram-me pela resistência latina. A convicção política de sua gente alimenta-se teimosamente em rádios (como mencionas) e bicicletas, na música nativista e no jeito de lutar pelo socialismo, um contraponto na era da globalização. Inspiro-me no movimento político do povo uruguaio e em seus passos de dança.
Teu texto me fez relembrar as trilhas maravilhosas ao longo do rio, contemplando a Ponte Mauá incandescente ao pôr-do-sol.
P.S. O dia 2/6 aqui é real?? Então, até breve.

Anônimo disse...

Qual historia cheia de saudades! Gosto imenso mas sinto-me pouco triste para ler as tuas memorias duma epoca quase disparecida. As mudancas modernas e o "progresso" do mundo fizeram muito destruicao das maneiras da vida mais sympaticas, acho.

Da tua irma inglesa

Xanxa

Anônimo disse...

Olá, Tabá
Em São José do Norte há um pouco desse footing noturno, não tanto como no "paisito", certamente. Tenho pensado em ir ao Chuí, mas, depois dos teus textos, acho que vou a Jaguarão e Rio Branco, cidades que não conheço. Aliás, lá é possível ir velejando, pela Mirim. Um abraço.

Anônimo disse...

TAba
Muito legal o texto.
O Chico Buarque disse, faz muito tempo, que " O homem da rua, fica só por teimosia, não encontra companhia, mas para casa nao vai não. Em casa a roda, já mudou que a moda muda, a roda é triste, a roda muda, em volta da televisão.(...)O homem da rua, por ser nego conformado,deixa a lua ali de lado, e vai ligar os seus botões." O título é "A televisão" e foi escrita em 1967. Naquele tempo não tínhamos a violência de hoje, mas as coisas começavam a mudar. O rádio brasileiro também mudou. Como diz na música do Queen, o rádio foi meu melhor amigo na escuridão da adolescência e, apesar das radios blá-blá que foram surgindo pelos caminhos FM, ele continuou sendo meu parceiro. Me lembro do dia em que, num apartamento da universidade em Reading na Inglaterra, entendi tudo o que dizia um locutor da BBC sem ter que entrar dentro do rádio que meu pai tinha me dado no dia em que eu fui embora. Minha idéia do Metamorfose saiu de um programa da BBC e por aí eu vou. Mas ao contrário da Ana B., sempre procurei música e futebol. Hoje, nem um, nem outro. Antigamente eu assistia aos jogos pela tv e o áudie era do rádio. Atualmente é impossível. Narradores incompetentes (saudades do Pedro Carneiro Pereira, da Guaíba)e excesso de propaganda acabam com isso. Mas quem procura informação ainda encontra nas AMs onde ainda dá para oferecer a música para alguém. Eu penso que essa história de fixação na TV é muito presa na classe média das cidades de maior parte e, também, em parte da periferia das cidades. Ainda tem muita gente que tem no rádio a sua maior distração. No interior, quantos ainda tem o costume de acordar e ligar o rádio para ouvir uma notícia ou uma rancheira e tomar um mate? Aqui na cidade, teve um babaca que mora na volta do meu prédio que processou um casal de velhinhos porque as sete horas ´da manhã eles ligavam o rádio. Marchou em cinco paus de indenização para deixar de ser idiota. Também deixou de viver a nossa volta e a nos incomodar. Portanto, viva o rádio. Um dos maiores fenômenos de comunicação eu ví aqui em Big River. Era na Riograndina, acho. Meio-dia e vinha um programa com notícias para o interior de Rio Grande. Coisas do tipo " Alô Sr. Fulano de Tal, a Fulana informa que hoje não vai dar. Aparece amanhã". Conheci muita gente que parava para escutar essas notícias, por interesse ou por sarro. Tempos modernos, telefones, celulares acabaram com isso. Mas o rádio continua, todo o mundo tem um. O valor dele só não é visto pela FURG que insiste em manter uma tv com programaçaõ sem qualidade e não investe na rádio que tem. Qualquer político se vende (o que não é raro e nem novidade)por uma concessão de rádio. A Furg tem uma e não faz nada. E a gente não sai na rua com a mesma liberdade, o olhar é de revesgueio e com um certo temor.
Puts, ficou longo o texto!
Abraços
Osmar

Anônimo disse...

Tabajara,
Como sempre apreciei muito o que escrevestes e lembrei de ter ido a Jaguarão de carro-motor, ainda na primeira metade do século passado.
Eram automóveis ou camionetes montadas sobre os trilhos do trem.
Em relação a rádios e uruguaios, recordo meu pai, que diariamente ouvia o prognóstico do tempo dado pela rádio Carve de Montevideo.
Quando ouvia que "mañana habria vientos moderados, con rachas fuertes,seguido de lluvia" já sabia que "pasado mañana" estariam por aqui estas condições.
Um abraço.

Tabá disse...

Minha amiga Miriam Bengoa me disse que, ao ler os comentários do Blog, percebeu que tenho amigos muito inteligentes.
Também acho! Obrigado pela participação.

Anônimo disse...

"Tabá" - Fico muito feliz em poder postar meu comentário, comentário esse que dispensa elogios a tua "Pessoa", pois te devo muito, foste a pessoa que acreditasse, no meu trabalho, e me trouxestes para o Dpto, essa eu te devo, e espero nuncxa decepciona-lo e que continues com esse carisma que tens.
Como disse a Karen no seu feliz comentário sobre o Cassino, ainda embora esteja morando la só a 4 anos,é de uns poucos lugares, que ainda conservam a graça do caminhar, tomar chimarrão, e andar de carro na Avenida. E que também tem um lugarzinho aconchegante é na Cassino Pizzaria, que fica atrás da Escola, logo na entrada do Cassino, bom para bater papo, namorar, e quem sabe até de tratar de negócios, muito bom lugar.
Um abração, e um beijo deste amigo para sempre.
Rozemberg Silva

Anônimo disse...

Taba,
eu sei porque o Beraça tem os rádios e o que significa cada um deles, mas não vou contar aqui porque seria acabar com o mistério, hehe. Compartilho do teu desencanto com o atual "El Paysano", também nunca mais voltei lá. E ia toda a semana! Perdeu a graça.
Sobre a história da televisão: acho um absurdo TVs em restaurantes! Já não assisto em casa, imagina fora... E as TVs na sala de estar? Acabam com o convívio das pessoas! Bom mesmo é um sonzinho... e conversa, de preferência!
Dica do Ber: Restaurante "Taquari" em Río Branco. Fica mas lejos da avenida, na cidade mesmo, mas vale a pena! Na próxima vez que você for, ande mais um pouco e confere!

Anônimo disse...

Oi Taba!
Adorei seu texto.
Eu sou de Montevideo, mas a minha familia e do interior (Trinidad). Eu sempre ia la nas ferias, e adorava essa vida sentar na calcada no final da tarde, dar voltas na praca... E a radio! ANtes da chegada dos celulares era muito engracado, porque as pessoas que moravam na cidade mandavam os recadinhos pras fazendas do tipo: "Pro Pepe da fazenda Sta Rita, a mamae esta chegando as tres da tarde, pega ela na estrada". Todo mundo ouvia na hora do almoco(almoco e exatamente meiodia em todas as casas, porque depois tem que fazer a siesta, isso ainda continua assim).
Bjos
Ceci