sexta-feira, março 09, 2007

Estranhas Formas de Vida

Forma 1: Ana Maria tem 13 anos. Paulo Ricardo tem 14. Ela o seduziu num baile funk e teve um filho dele. Ana estuda numa escola pública. Paulo Ricardo foi morar em Belém. Vivem de uma curta pensão dada pelo pai de Ana, que abandonou a família. Ana Maria vai aos bailes funks nos fins de semana. Giovani é cuidado pela mãe de Ana, que está desempregada.

Forma 2: Isabel tinha um apartamento, herança do marido falecido, juntamente com a pensão vitalícia. A filha pede dinheiro mensalmente para resolver suas dificuldades de classe média, como viajar e trocar de carro. O apartamento acaba de ser vendido para que a filha possa comprar um (vistoso) para ela. Isabel vai para uma “casa de idosos”.

Forma 3: Inácio é alfaiate aposentado e tem 98 anos. Mora sozinho no salão da antiga alfaiataria. Como ouve pouco e viveu muito, já não tem amigos. Vai para uma mesa do Café Januário, fuma seu cigarro, olhando para o infinito. Dorme com a cabeça recostada na coluna.

Forma 4: Judite é pobre, negro e homossexual. Anda com um saco nas costas. Seu verdadeiro nome não é Judite, é claro. Mas ninguém sabe o nome dele. Há tempos andava com a amiga Joana-Sem-Calça. Vive de caridade, de pratos de comida de restaurantes, roupas doadas, sapatos imprestáveis. Faz anos que não tem namorado.

Forma 5: Darci é engenheiro e vive com os pais. Faz biscates em pequenas obras que são conseguidas pela mãe. Quando consegue dinheiro paga uma prostituta fixa, por quem é meio enamorado. Ela o despreza, mas ele não percebe. Faz amor muito rapidamente, em função do longo tempo de espera. Tem bronquite asmática e fuma um cigarro atrás do outro.

Forma 6: Suelen cuida carros na praça central. Ao mesmo tempo fica de olho nos filhos que fazem malabarismo, com limões, no sinal da esquina. Ela os cuida, na verdade, para ter noção do dinheiro que eles recebem. Assim garante que eles não vão usar o ganho em crack. Já não tem nenhum carinho por eles, apenas os preza como fonte extra de renda. Se um deles fosse atropelado, isso abalaria a sobrevivência dela própria. Pensa em ter outros filhos, como garantia.

Forma 7: Pedrinho é filho único de um magnata da indústria. Não trabalha. Tem carro importado. Usa heroína. Já foi assaltado e seqüestrado. Entra em sítios de pornografia infantil na Internet. Reclama da mesada que o pai dá. Vivem às turras. A mãe, alcoólatra, não se mete, com medo do divórcio ameaçador. Pedrinho bate na namorada.

Forma 8: Sérginho trabalha no Banco Itaú. É solteirão. Faz o mesmo serviço burocrático repetidamente, diariamente, semanalmente, anualmente. Como o salário é bom e vem com outros benefícios, não reclama, nem se mete em propostas ilegais. Mas quer ser baterista de rock. Treina na garagem nos fins de semana. Imagina-se um Keith Moon.

Forma 9: Júlia é cabeleireira, divorciada do marido drogadito, com uma filha com necessidades especiais. Trabalha 10 horas por dia em salão próprio. Com isso, sustenta a família: mãe idosa, irmã com obesidade mórbida. Assina a revista “Ana Maria”. Sonha em ser modelo, mas está engordando a olhos vistos. Júlia vai para a balada nos finais de semana e fica com diferentes parceiros. Está grávida, mas ainda não sabe.

Forma 10: Fernando tem 30 anos e mora com a mãe controladora, por quem é apaixonado. Ele está desempregado. Joga na Mega-Sena. Ela, católica fervorosa, sonha casar o filho com uma virgenzinha, que cuide dos dois. Ele é fã número um de Norman Bates.

33 comentários:

Tabá disse...

Vocês pensam que é ficção?...

Rodrigo plei disse...

Sei que não é ficção, Tabá. Aliás, é bem real, e conheço pessoalmente formas de vida similares.

Mas acho que o título do texto esá obtuso. Na realidade esses seriam exeplos de estranhas formas de morte,, haja vista que essas pessoas que descreve não tem vida.

E não tão estranhas, já que o fenômeno é comum.

Triste civilização esta nossa.

Cheers,

Plei

Rodrigo plei disse...

Em tempo: como os exemplos mostram, a miséria humana independe de condição social, financeira, sexual ou intelectual.

Anônimo disse...

Tabá, li e fiquei pensando o que seria uma forma não estranha de vida...seria se enquadrar dentro de estereótipos ditos normais?

Unknown disse...

Caro Taba (sem acento, porque és uma "taba", mesmo, que abriga uma série de inúmeras personagens, todos ficcionais),

Sempre que se escreve algo, uma carta de amor (ridícula, como as de Fernando Pessoa), um diário (como o de Anne Frank), uma biografia (como o Baú de Ossos, de Pedro Nava), sempre que se passam fatos e atos do mundo trágico do real para o mundo mágico do papel, permeados pelo filtro da imaginação simbólica, sempre é ficção. Sempre ocorre Literatura.
E nesse sentido eu, que estarei ministrando Oficina Literária, na graduação em Letras da UnB, neste semestre, vou pegar as personagens que criaste nestas "Estranhas Formas de Vida" e propor aos participantes que, em função delas, criem um conto curto.
Tem de ser conto curto, porque muito já disseste e muito mais deixaste implícito.
Como sempre, parabéns, e muito obrigada, pois tua ajuda, com esse texto que me chega nesta hora, é inestimável!
Hilda

Anônimo disse...

Acabei de receber seu mail, no meio de outros, enviados por alunos meus, contendo tarefas ... Absorto na rotina pedagógica, não dá pra não se sentir um pouco uma "estranha forma de vida" ... Neste caso, será esquisito romper um dia os limites do Claroline (meu habitat cibernético) e criar um blog aberto? ... Gostei do que li.

Claudio Omar

Anônimo disse...

Penso eu, prezado Taba, que cada um fixa no universo que lhe interessa. O socialista é um deles. Como não há forma de eliminar as diferenças entre os homens, ele continua sonhando com a miséria, um prato cheio para ele, e a sua improvável eliminação. Fazer o quê? Por coerência, deveriam estar preocupados também com os maus jogadores de qualquer esporte, bem como os de baixo nível intelectual, os doentes, etc., etc.
O que tem de gente doida querendo mudar o universo não é normal. Evidentemente todos eles são seres perfeitos que usam tão bem a razão quanto os sentimentos. Daí poderem corrigir os erros da natureza.
Pelo que pude observar nos exemplos, a grande e esmagadora quantidade de gente infeliz é um fato.
Não vou citar meu próprio exemplo, pois faço parte da esmagadora exceção. Ainda que insistam que eu deva me atirar nos sentimentos negativos, eu ainda os prefiro ao ponto. Penso tal qual os filósofos antigos. Procuro a verdade, o belo e o bem. E tenho os achado. Em profusão.
Para os que curtem a pobreza, a miséria, as injustiças, etc. um grande abraço e, por favor, não deixem de persistir na eliminação delas.

Tabá disse...

Bianca:

Acho que a forma civilizada de vida, por si só, já é muito estranha. E de perto ninguém é normal...

Anônimo

Também li "O Verdadeiro, o Belo e o Bom". Também acho que as diferenças entre as pessoas fazem parte da normalidade (ainda bem!). Não qureria corrigir erros da natureza ou eu me pretenderia um Deus. Quero, entretanto, ajudar a diminuir a variabilidade entre as pessoas, para que possamos ser mais felizes - todos os que possível, nessa minha janelinha de tempo - caso contrário eu seria só um fdp egoísta e egocêntrico. E, sim, eu sou um dos doidos que querem mudar o mundo, para não me sentir um fdp egoísta etc. Não me considero, por isso, um socialista, já que detesto rótulos, que só servem para quem rotula poder se sentir superior.
Atenção: Não escrevi sobre uma "grande e esmagadora quantidade de gente infeliz" - escrevi sobre alguns casos que venho observando em gente que me cerca. A generalização é tua - só tua (como sempre...)

P.S.: A crítica constante não seria um sentimento negativo?

Tabá disse...

Bianca:

Em tempo: formas não estranhas de vida são as que têm Amor - estas que descrevi têm desamor...

Anônimo disse...

Esse texto me lembra os livros de contos do João Antônio: "Ô, Copacabana" e outros. Abraço.
Reguffe

Unknown disse...

"Formas não estranhas de vida são as que têm Amor - estas que descrevi têm desamor..." Muito bem colocado!! Faz tempo que não comento nada, mas tenho lido seu blog com freqüência. Muito bom e verdadeiro...Parabéns Taba! Grande abraço

Anônimo disse...

Quais as que não são estranhas? "As que têm amor"? Mas o que é amor, cara? E não adianta vir com retórica de bar, tipo "se tu não sabes, não posso te explicar". Se os sintomas do desamor são tão positivos...

Não será dificuldade TUA achar que a solteirona ou o drogado ou os pobres ou os desviados sexualmente não têm amor?

Tabá disse...

Nata! Como adivinhei que eras tu?!
Como sou chegado a um barzinho: cara, se tu não sabes o que amor não posso te explicar. Só o desamor...
O desamor é evidenciado nessas pessoas solitárias que eu descrevi. A solidão e o isolamento são sintomas de desamor. Quem é amado vive cercado de amigos e amores. Eu, pelo menos, vivo...

Anônimo disse...

Adorei os escritos hehehe...
Teria muitas formas de vida estranhas a mais para narrar e todas baseadas na vida real... Creio eu que infelizmente!

Mas mudando para o vinhooooo: vou no show do Pet Shop Boys, relembrar o tempo "em que eu era feliz e não sabia!"

bjão! saudades!!!

Anônimo disse...

Alô, Taba!
Faço parte daquele ínfimo grupo de fdp egoístas que não querem transformar o mundo. Meu querido e já falecido avô ensinava-me com infinita paciência que o mundo somente se altera quando você mesmo se altera. E como é difícil se alterar, se transformar. As forças da natureza atuam no sentido de nos prenderem em suas teias e elas são todas entrópicas.Nem me interessa ser superior a ser humano algum, caso assim o pensas. Julgamento? Eu generalizei o comportamento socialista, mais para entendimento do que escrevi. Pouco me importa se o sujeito se agarra ao capitalismo ou ao socialismo. Estou interessado, isso sim, em me libertar. Mas não acredito que sequer saiba do que eu estou falando. Quem sabe me entenda através de um conto sufi.
Numa pequena aldeia, na Pérsia, todos conheciam um sábio que recebia a população e lhes dava conselhos. Uma senhora andava aflita com seu filho que era viciado em açucar. Não adiantava ralhar com ele, pois ele ignorava os conselhos e pedidos da mãe. Um dia, o filho disse à exasperada mãe que se o sábio lhe pedisse para abandonar o vício ele o faria sem problemas. A mulher sentiu-se aliviada e levou o filho para falar com o sábio. Depois de uma espera razoável - eram muitos os necessitados - ela foi atendida. Contou-lhe o drama que vivia com o vício do filho e o sábio, olhando fixamente para o menino, perguntou: Tu abandonarás o vício caso eu peça?". "sim" - respondeu o garoto. "Pois então, volte aqui na próxima semana".
Voltarei a escrever numa próxima oportunidade. Longa vida ao Taba!

Anônimo disse...

A mãe, um pouco contrariada, voltou com seu filho para casa pensando na razão de o sábio não ter pedido ao filho para que parasse imediatamente de comer açucar, mas não deixou de considerar que, afinal, ele era sábio.
Assim, esperou que se passasse a semana e lá voltou com o filho diante do sábio."Já sei" - disse o sábio."Tu és o menino que não consegue parar de comer açucar. Pois bem,volte daqui a uma semana". E voltou-se para atender o próximo da fila. A mãe, agoniada, foi embora com o filho, mas irritada com o fato de o sábio, ao invés de simplesmente pedir ao filho que parasse, tivesse adiado a decisão. A semana passou um tanto devagar para a pobre mãe, que não se conformava em ver o filho comendo açucar. "Bastava que ele pedisse e eu não precisaria ver mais essa cena desagradável". Chegado o dia, lá foram os dois para a fila na expectativa que o sábio finalmente lhe pedisse para abandonar o malfadado vício. Quando chegou a vez do menino, o sábio imediatamente lhes informou que eles poderiam voltar na próxima semana. A mulher saiu indignada com o desdém do sábio."Bastava que ele pedisse e, no entanto, nos manda voltar daqui a uma semana!"."Isto não está certo" - conjecturou, já com algumas dúvidas a respeito da sabedoria do homem. Aquela semana passou lenta e morosamente. A todo momento a mulher resmungava por não entender a demora do sábio em ordenar ao filho que parasse de comer açucar.
Finalmente a semana passa e lá estão os dois na fila a espera do pedido do sábio. Ao entrarem na casa do sábio, este olha para a mãe, para o menino e lhes pede para voltar daqui a uma semana. Por muito pouco a mulher não descarregou a raiva que sentiu alí mesmo. Foi bufando e pisando duro para sua casa. Tinha mais dúvidas do que certeza com respeito à sabedoria daquele enrolador. Bastava apenas uma palavrinha e ele, novamente, a negara. Foi a semana mais demorada daquela senhora. De franco mau humor, já quase desiludida, viu chegar o dia de voltar à visita ao sábio. Depois de alguma espera na fila, chega a vez dos dois.
O sábio olha para ela, olha para o menino e diz: "Pare de comer açuçar". Os dois saem da casa e, para surpresa e alegria da mulher seu filho deixa de comer açucar. Mas, a partir daquele momento, uma forte angústia se abate sobre a mãe do menino. "Por que ele não deu essa ordem na primeira vez que lá estivemos? Meu filho teria parado com esse vício há quase um mês". Essa pergunta não saia de sua cabeça. Então, num dos dias que o sábio recebia os necessitados em sua casa, lá se foi ela para a fila.
Quando o sábio a viu, imediatamente perguntou: "Ele não parou?" "Parou no mesmo instante que saimos daqui" - ela respondeu. " O problema não é esse. Porque, sabendo que ele pararia, não pediste logo no primeiro dia em que aqui estivémos?" "Isto nos teria poupado quase um mês sem o açucar".
O sábio riu e lhe respondeu: " Eu também era viciado em açucar. Pedi uma semana para poder me livrar do vício e, no entanto, não consegui. E assim foi até que finalmente consegui abandonar o açucar. Foi exatamente aí que me senti em condições de pedir que ele parasse".
Um grande abraço, meu caro Taba.
Sem nenhum rótulo.

Anônimo disse...

Todo ponto suscita algumas vistas, toda vista vem de um ponto. Para considerar estranho/familiar partimos do nosso ponto de vista, das nossas referências, de uma filosofia particular mesmo que em sintonia com (alguns) outros seres. Penso que precisamos delas para "compreender" o mundo, mas quanto mais abertos estivermos para as tantas outras referências, talvez possamos decifrar alguns dos nossos enigmas enquanto humanidade. E o melhor de tudo é que neste processo vale a coragem em assumirmos as "vistas" dos "muitos pontos" do "nosso ponto". Este diálogo é libertador.
Bjão especial.

Anônimo disse...

Meu Querido e Prezado Taba

O choque com esta realidade é vital para se entender como "as formas de vida" chegam a este ponto. Como prezo muito teus comentários, peço, com urgência urgentísima, tua manifestação em nos dizer, e explicar, como evitar tais realidades. Me permito contribuir com uma simples palavra: Educação. Esta sensação de que as pessoas vêem o que vêem sem potência em ao menos tentar corrigí-las me faz mal. Esquecem do princípio da precaução: trabalhe hoje para evitar uma catástrofe amanhã. E como disse Whitehead: a tragédia está no observar sem remorso o desenrolar dos acontecimentos! É a manutenção da ignorância no sistema, é a continuidade da mesmice, em benefício de poucos e detrimento de muitos. Será que um dia aprenderemos com nossos erros? Não é suficiente observar os erros cometidos pelos outros para evitar de faze-los? Um ditado diz: quem não compreende a História está fadado a repetí-la! As últimas guerras têm me demonstrado que isto é verdade. Ainda não aprendemos nada, apesar do enorme volume de informações que temos sobre inúmeras Ciências, Internet,... Falta aprender a aprender! Temos de valorar nossa função biológica, controlar a explosão demográfica, respeitar nossa sexualidade, evitar a mercantilização de tudo, inclusive do próprio mercado, reconhecer nossa missão como célula dentro do corpo da espécie sem provocar-lhe um câncer. Será que para resolver o dilema da Torre de Babel que enfrentamos hoje, com estas inúmeras e diversificadas "formas de vida", teremos que recomeçar a bendita história de novo, do zero, com Adão e Eva?

Tabá disse...

O meu amigo Rodrigo Plei me mandou este link:
http://blogdoplei.blogspot.com/2007/03/os-tipos-de-cticos.html
Gostei.

Anônimo disse...

Parece que o traço comum de todos os tipos citados é a falta de sucesso "na vida". Há que "vencer na vida"!

Mas há muitos outros. Sinceramente, não acho esses tipos estranhos.Pelo menos, não mais que muitos outros.

Tabá disse...

O traço comum entre eles é o desamor. Acho estranho que se viva sem amor. Que forma de vida é essa?

Luciano de Mello Silva disse...

E a pergunta que não quer calar: "Somos mesmo humanos?"

Luciano de Mello Silva disse...

Oi Tio Taba,
Cabe ainda lembrar que dentre estas formas de vida mencionadas, estão as formas de vida mais abundantes de nosso planeta, e que se são a maioria, não são formas de vida estranhas!
Podem ser formas de vida estranhas apenas para uma pequena burguesia (em nosso país 15.000 famílias).

Anônimo disse...

Querido Taba,
Gostei do teu texto (dos outros também mesmo que não comentei).Isso tudo me parece formas de consiencia.A ignorança pode existir junto à consiencia ? Beijos !

Anônimo disse...

Que magnífico envolvimento social, Tabá! Que visão de mundo e de outros...
Como aprendiz de Letras e da aplicação das Letras no mundo social, questiono-me quantas Anas, quantos Paulos, quantos Judites passaram pelos farelos nos nossos gizes, nas nossas salas de aula, e quantos poderemos realmente perceber e ajudar.
Vida 'triste' que segue...
:*
Mahyra

Anônimo disse...

Taba,

Suas histórias mostram uma realidade que às vezes fingimos não existir... Serve para abrir a mente a novas reflexões...

Polly Ana disse...

Taba,

Interessantíssimas são suas colocações, haja vista que nos permitem reflexões acerca de nossa própria 'forma estranha de viver'. Será que apenas estes "personagens" são as formas estranhas de vida por serem mostrados tal qual caricaturas - tendo algumas características visíveis sob o olhar de uma lupa?
Todos nós temos nossos momentos de formas estranhas de vida, apenas não queremos ter consciência disso.
Parabenizo-te pela notória reflexão sociológica proposta de forma literária.

Tabá disse...

Maric: Merci bien pour ton commentaire. Tu as dis bien: c'est surtout une forme de conscience. Je pense que l'ignorance est une enemie de la conscience, bien sure! Gros bisous!!

Mahyra: Dá para viver sem envolvimento social? Como professores temos a obrigação de perceber as Anas, os Judites, nas salas de aulas e nas ruas. Não achas?

Polliana: os textos podem ter ficado caricaturais, mas te garanto que as pessoas existem. Mas como já disse o nosso Caetano: de perto ninguém é normal...

Anônimo disse...

É incrível como esses tipos de histórias nos chocam... O autor sabe bem disso. É uma realidade que cada vez mais se repete, a qual preferimos fingir que não acontece. Talvez se comparássemos algumas características de pessoas conhecidas com as desses personagens, perceberíamos pontos convergentes capazes de nos

lucianabb disse...

Íncrível como esse tipo de história nos choca. E a gente se acha tão melhor do que isso... Será que não teríamos algo em comum com esses indivíduos? E o que fazemos quase sempre é julgá-los por suas posturas "incorretas" ou então, sentir pena dos mais desprovidos economicamente. Lembra daquele problema que te incomodava tanto? Será mesmo digno de sua preocupação? Por que precisamos ver alguém em uma situação pior para nos sentirmos melhores com o que temos e somos?

Anônimo disse...

Não penso que seja ficção, aliás, para alguns que fecham os olhos para a realidade,sim isto é ficção, para os nosso governantes que não tomam medidas,sim isto é ficção!!! Enquanto a nossa sociedade se fizer de cega,a realidade sempre será uma ficção que se lê e depois se esquece!

Anônimo disse...

Na verdade somos todos uma ficção. afinal somos uma folha de papel em branco na qual podemos escrever nossa vida a cada dia, de acordo com as opções que fazemos e, as consequencias de cada uma. Daí, somos todos caricaturas da ficção do que pensamos ser nossa vida real.

Tabá disse...

Agora percebi que as meninas e meninos da Hilda estiveram por aqui...
Obrigado pelos comentários e pelo carinho. Vocês fizeram um trabalho brilhante lá no sitio virtual da UNB.